domingo, 20 de novembro de 2011

A morte de Zumbi e o Dia da Consciência negra.

Rio de Janeiro, Brasil

A lei 10.639 

O Dia da Consciência Negra foi criado pela lei 10.639. A lei visa estabelecer o ensino da história e cultura  Negra em nossas escolas. 
Um resgate histórico para que todos conheçam melhor sua origem.

No entanto, temas como racismo, raça, etnia, etnocentrismo e discriminação racial, foram banidos das discussões escolares para amenizar preconceitos. 

A história do negro em nosso país é cercada de dor, sofrimento e resistência. Uma busca pela liberdade, pelo direito de ter uma religião, de orgulhar-se de ser negro e principalmente de igualdade em direitos e deveres.

A data escolhida para celebrar este dia não poderia ter mais significado. Em 20 de Novembro de 1695 morria Zumbi, o negro livre, que escolheu ser guerreiro para garantir que todos os outros negros também fossem livres. 

Zumbi - Um breve histórico.


Imagem do Google

Foi encontrado em uma expedição a Palmares no ano de 1655, ainda recém nascido foi dado ao Padre português Antônio Mello

O Padre descobriu cedo o que todos iriam saber mais tarde. Francisco, nome que recebeu do padre, era muito inteligente, tão inteligente quanto poucos , negros ou brancos.

Aprendeu Religião, Português e Latim e aos dez anos de idade tornou-se coroinha. Porém, aos 15 anos, certo da luta que precisaria travar, Francisco fugiu para o Quilombo dos Palmares. Lá adotou o nome de Zumbi, que na língua Afro quer dizer guerreiro.

Para resumir a história, em pouco tempo Zumbi passou a general de armas. Naquela época Ganga Zumba era o chefe supremo de Palmares, mas após ele estabelecer um acordo com as autoridades da época e deixar Palmares, Zumbi assume o lugar de Líder. 

Muitas lutas foram travadas com o objetivo de extinguir Palmares e principalmente de matar Zumbi, até que em 1695 Zumbi foi assassinado e tratado como exemplo para outros rebeldes. Com 15 ferimentos a bala e outras dezenas de ferimentos por arma branca. 
Teve a cabeça decepada e exposta em local público da cidade de Recife. Foi castrado e teve o pênis colocado em sua boca.

Um símbolo da resistência negra, o guerreiro livre que batalhou pelo direito de liberdade de seus irmãos. Que usou sua inteligência para beneficiar seus iguais. E que lutou até a morte, para garantir que sua causa nunca fosse esquecida.

O resgate do orgulho negro

Durante todo o período de escravidão no Brasil ser negro foi sinônimo de ser sujo, feio, pobre, menor. E é essa cultura enraizada que nós herdamos.

Expressões como "Amanhã é dia de branco" - dia de trabalho, "Inveja branca"- inveja boa, "Preto de alma branca" - aquele que sabe se comportar bem, mesmo sendo negro, "Serviço de preto" - serviço mal feito, são essas frases que depreciam o negro além de tantas outras piadas racistas. 

O próprio negro passou a ter preconceito contra o negro. Está embutido em nosso pensamento que negros, são pobres e ou marginais. Em trecho da música de Caetano Veloso e Gilberto Gil - Haiti, podemos perceber exatamente o que quero dizer:


"Quando você for convidado pra subir no adro
Da fundação casa de Jorge Amado
Pra ver do alto a fila de soldados, quase todos pretos
Dando porrada na nuca de malandros pretos
De ladrões mulatos e outros quase brancos
Tratados como pretos
Só pra mostrar aos outros quase pretos
(E são quase todos pretos)
E aos quase brancos pobres como pretos
Como é que pretos, pobres e mulatos
E quase brancos quase pretos de tão pobres são tratados

(..)

111 presos indefesos, mas presos são quase todos pretos
Ou quase pretos, ou quase brancos quase pretos de tão pobres
E pobres são como podres e todos sabem como se tratam os pretos"



Dessa maneira, muitos grupos de resistência vem tentando resgatar o orgulho de ser negro. Tendo ou não a pele escura, pois em nosso país a miscigenação fez a mistura mais linda de se ver...cabelos, peles e traços não são necessariamente condizentes com sua raiz. Aqui com traços ou não, com mais ou menos melanina, somos todos afrodescendentes e devemos nos orgulhar da luta de nossos ancestrais.

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